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Migrando para o Linux

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Este artigo discute os passos a serem seguidos para uma migração sem decepções. É claro que migrar para Linux pode representar elevados percentuais de economia e estabilidade, mas se não for seguido um padrão durante a migração tudo pode se transformar em uma dor de cabeça. Se você esta pensando em migrar, é recomendável dar uma lida no artigo.
Por: Robson Fernandes dos Santos

São várias as razões que podem levar você a fazer uma mudança radical em seus sistemas informatizados. Você pode fazê-lo por simples curiosidade, vontade de experimentar algo novo, redução de custos com licenças de software, maior segurança e estabilidade etc.

Um sistema informatizado, usando Linux e outras opções em software livre, pode suprir com eficiência todas as carências citadas. Entretanto devemos ter consciência de que toda mudança envolve, entre outras coisas, um período de adaptações. Essa adaptação pode ser tranquila se pensarmos e ponderarmos todos os detalhes decorrentes da migração ou pode se transformar em uma grande dor de cabeça se migrarmos de forma desorganizada e impensada.

Desmistificando

Os mitos são fatores com os quais lidamos não só no campo da informática, mas em quase todos os setores da atividade humana. No meio Linux, não raro, encontramos expressões como as seguintes:

Linux é bom por que é de graça;
Linux é coisa de nerd;
Linux é inimigo da Microsoft.


Temos que tomar cuidado com essas expressões, pois elas tem pouco ou nenhum fundamento. Lembrando que dificilmente você ouvirá expressões como estas da boca de pessoas que realmente estejam envolvidas com software livre.

Se o Linux é considerado um bom sistema operacional, o fato de ele ser gratuito passa longe de ser um dos critérios utilizados para atribuir-lhe o título de "bom". Até por que o Linux, ou qualquer outro software livre, não tem que ser necessariamente gratuito. A maior parte dos desenvolvedores de software livre disponibilizam seus produtos gratuitamente, mas isso não é uma regra. Para ser software livre, a única condição é que o usuário tenha acesso as quatro liberdades definidas pela FSF - Free Software Foundation, a saber:

A liberdade de uso para qualquer finalidade;
A liberdade de estudar o software completamente;
A liberdade de modificar e melhorar o software;
A liberdade de redistribuir as alterações feitas.


Como se pode ver, a gratuidade não é uma das condições.

São igualmente falsas a idéia de que Linux é coisa de nerd e de que Linux é inimigo das empresas de software proprietário como a Microsoft. O Linux é coisa de seres humanos e Linux não é inimigo das empresas de software proprietário, ele é concorrente delas.

Migração no ambiente doméstico

Geralmente o usuário doméstico quando decide migrar para o Linux, ele não está muito interessado em economizar com licenças de software, haja visto que no Brasil é muito pouco provável que alguém seja punido por uso ilegal de software no ambiente doméstico e isso dá ampla margem a pirataria neste ambiente.

As razões que levam um usuário doméstico a passar a utilizar Linux em seu computador, na maioria das vezes está relacionado com o desejo de conhecer algo novo. Neste caso é interessante que o iniciante descubra por si só suas próprias preferências. Ele deve experimentar mais de uma distribuição para que possa descobrir quais as vantagens e desvantagens de cada uma delas. Não adianta nada eu dizer que o Ubuntu é minha distribuição favorita, pois gosto cada um tem o seu.

Para experimentar diversas distribuições diferentes você não precisa instalar um monte de coisas em seu computador, basta usar os LIVE CD, as principais distribuições Linux utilizam o LIVE CD, que é uma versão completa do sistema que pode rodar direto do drive de cd sem necessidade de instalação. Para utilizar o LIVE CD, basta preparar o computador para dar boot pelo cd, colocar o Live cd da distribuição escolhia no drive e reiniciar o computador.

Uma vez experimentado as várias opções de Linux disponíveis, escolha uma delas e instale no seu computador, mas é aconselhável que você migre de forma gradativa, portanto não é aconselhável que você formate seu computador e passe a viver só de Linux de uma hora para outra. Nos primeiros momentos tente fazer uso de ambos os sistemas: Windows e Linux. Isso é importante para que você comprove por sua própria experiência quais as reais diferenças entre os dois sistemas e possa formular uma opinião inteiramente sua sobre o assunto.

Para fazer isso você deve configurar o dual-boot:

Formate o HD e divida-o em duas partições
Instale primeiro o Windows em uma das partições
Depois instale a distribuição Linux escolhida na outra partição


É importante que siga os passos exatamente na ordem em que eles aparecem aqui, pois se você instalar o Linux antes de instalar o Windows, não terá o dual-boot e só poderá utilizar o Windows. Mas quando você instala primeiramente o Windows e em seguida o Linux, este se encarregara de identificar todos os sistemas operacionais no HD e configurar o dual-boot.

Migração no ambiente corporativo

No ambiente corporativo as regras a serem seguidas devem ser bem mais rígidas do que as citadas na sessão anterior. Pois no ambiente corporativo qualquer perda de tempo ou dinheiro poderá ter graves consequências.

A primeira coisa a ser feita é conscientizar os funcionários, que serão os principais afetados com a mudança, sobre a importância de se fazer a migração. Eles devem ter consciência de que a migração lhes proporcionará mais estabilidade e segurança no desempenho de suas tarefas cotidianas dentro da empresa, além disso a migração reduzirá gastos que poderão ser reinvestidos no próprio funcionário. É absolutamente condenável que a migração seja imposta de forma arbitraria aos funcionários, pois ainda que estes não demonstrem insatisfação, eles poderão realizar suas tarefas de forma insatisfeita e colocará por terra todo o trabalho.

O segundo passo é fazer um levantamento completo dos recursos de TI disponíveis na empresa. Deve-se listar os programas atualmente utilizados, os serviços de rede utilizados e a configuração de hardware das máquinas. A partir desse levantamento, deve-se fazer outro levantamento sobre os possíveis programas substitutos da plataforma do software livre e quais distribuições terão maior compatibilidade com o hardware das máquinas.

Feito isso vamos aos testes, deve-se testar todas as possibilidades levantadas no segundo levantamento e escolher a opção que melhor se adequa ao perfil de hardware e software a empresa.

O último passo, porém não menos importante, é o treinamento dos funcionários. Não adianta nada você ter um sistema super bem implantado e não ter pessoal qualificado para operá-lo. Os funcionários devem ser submetidos a um treinamento de pelo menos 24 horas para se familiarizar com o novo sistema.

Considerações finais

Hoje em dia podemos citar vários exemplos que ilustram a potencialidade do Linux: 75% dos sistemas do Banco do Brasil são baseados em Linux, filmes como Vida de Inseto, Shrek, Senhor dos Anéis e Titanic foram feitos em Linux, mais de 65% dos servidores de internet usam Linux...

Mesmo com estas estatísticas positivas não devemos nos iludir achando que é só migrar e todos os nossos problemas estarão resolvidos. Como eu falei no começo, existe um período chamado de "adaptação", no qual podem surgir eventuais contratempos, mas todos os envolvidos devem estar previamente cientes da possível ocorrência destes eventuais contratempos, e devem estar preparados para contornar estas situações adversas, pois toda mudança exige de nós força de vontade e passado o período de adaptações os resultados começam a aparecer.

Fonte .: Viva o Linux

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